30.11.08

Sintomático

Acabei de presenciar uma cena muito representativa: um rapazote aqui na firma, no bairro do Morumbi, trajado com a camisa do São Paulo perguntava para um outro sujeito como faz para chegar daqui ao Estádio do Morumbi.

São exatos 5 minutos de carro e até eu - que sou Corinthiana o ser humano mais perdido do mundo - sei chegar.

Convite para reflexão: Imagina quantos sãopaulinos que não sabem aonde fica o Cícero Pompeu de Toledo estão perdidos pelas ruas do Morumbi lotando as arquibancadas do estádio agora, gritando que amam o São Paulo Futebol Clube?

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24.11.08

Tanto (A)Mar

A partir de hoje começo a juntar parcos dinheiros para comprar um conjugado no Leblon a 300 mil reais.

Porque é isso que custa. Você até acha alguns por 120 mil, mas precisa de reforma.

300 mil dinheiros pra ficar perto da praia, passear na Dias Ferreira, me sentir personagem do Manoel Carlos, beber no Jobi, comer bem (em qualquer lugar)...

O Rio poderia ser mais perto daqui. Tipo Campinas.

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18.11.08

Diálogos Madruguentos

Já é praxe: chegar em casa de madrugada e encontrar a irmã acordada é pedir pra ouvir/contar historinhas. A de hoje começou exatamente assim:

Irmã: Meu, o que eu faço com um e-mail....
Tata: Você quer DE NOVO cancelar um e-mail que mandou e não deveria?
Irmã: Não, calma... Eu mandei um e-mail prum cara... (pausa. cara de espertinha)
Irmã: Eu já fiquei com esse cara.
Tata acompanha: Hum...
Irmã, meio constrangida: Ele é filósofo. E escreve.
Tata: Meu, ele dever ser chato!!!
Irmã: Não é... (se contorcendo de rir). Ele é lindo! Tem 1,80m e olhos verdes.
Tata: Hum... Deve ser chato, Cá. Filósofos são chatos!
Irmã: Não. Ele não é. E... tem 22 anos recém completados.
Tata: Definitivamente, ele É chato!!!!!

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12.11.08

Non Sense

Quando finalmente você se desprende de todos os cuidados, desliga o alerta, acredita que não seja preciso ligá-lo nunca mais e apenas é...

Ser também tem sua faceta feia e desagradável. Confusa. Chata. Sensível. Temerosa. Desconfiada. Sem sentido. Contraditória. Incômoda. E geralmente só precisa de um pouco de equilíbrio e encontrar conforto e compreensão para ficar calma.

Quem tem? Quem dá ad eternum? Jó?
Então, pra quê ser?

Parece um pesadelo como algumas dinâmicas se repetem.
A repetição me convence de que não existem acordos possíveis de serem cumpridos, quando se trata de ser... Apalavrar sem clareza não é ser. Mas por que então não aceitar, simplesmente? O que está dado, está dado. Não?

Não. E talvez as velhas dinâmicas renasçam da inconformidade.

Será que um dia se aprende?
Ou ser - e só ser - sem imposição nem reação já resolve?
Ou será que novembro é o verdadeiro mês do cachorro louco?

Eu nem sei mais o que eu tô dizendo...

3.11.08

Na Vila

E então, num domingo chuvoso, decidimos ir à Vila Belmiro. Porque a gente estava em Santos. Porque eu nunca tinha ido ver jogo lá e sempre quis. E porque meu sogro é santista. Três bons motivos expostos, nem me importei que não ia ter Corinthians em campo. E o namorado nem considerou que o São Paulo jogava no Morumbi.

A Vila Belmiro poderia ser um hipermercado. Porque é pequena para os padrões de estádios de futebol e fica numa zona residencial. Tipo a Bombonera, mal comparando.

Como o Felipe Massa fez o favor de nos fazer roer as unhas dos pés emocionar até a última curva do GP do Brasil, chegamos atrasados. Não muito. Mas o suficiente para o Palmeiras já ter aberto o placar. Estádio bem cheio, encontramos um cantinho bom na área da numerada e sentamos. Primeiro, me dei conta do tempo enorme que faz que não acompanho o futebol, além do Parque São Jorge (e nem lá eu me dedico com afinco), quando notei que o único jogador que eu reconhecia em campo era o Denílson. E só no segundo tempo, porque ele é reserva. No caminho, ainda comentei com o namorado: ôba, vou ver o Marcão no gol. Mas nem isso. O pai dele morreu e ele não jogou. Tudo bem, tinha o Fábio Costa no outro gol, de quem eu tinha uma leve lembrança.

Comentei o desconhecimento futebolístico geral com o namorado:

- O Cleber jogou no seu time, Tata. Lembra dele?
- Quem?

Eu tinha que torcer pro Santos (sob pena de me indispor com o sogro, o que todos sabem, não é nada bom). Mas confesso que estava difícil. Eu nunca vi um time que, no ataque, tem só 3 jogadores na área. O resto fica no meio campo, esperando sei lá o quê. Era evidente a superioridade do Palmeiras, sobretudo no contra ataque. Rápido, de pé em pé, time bem mais entrosado e criativo.

Mas eu tinha que torcer pro Santos. E nem a torcida me empolgava. Até entoei um vamo virar, Santooooooos!, mas não fui além disso. A Jovem é legal e tal. Mas deixa a desejar na empolgação. Aquelas musiquinhas não me conquistaram, não teve jeito. Nada se compara à Fiel Torcida. Foi quando o Peixe empatou, num lance polêmico que eu, sem replay, narração e comentário, não entendi direito, não obstante a proximidade entre a arquibancada e o campo. Foi uma confusão. E depois dela, veio o melhor momento do jogo: Wanderley Luxembrugo foi expulso. E eu gritei, gritei, gritei todos os palavrões que eu conheço, com direito a mãozinha pra cima e expressões faciais de rancor.

E nem me importei que o Peixe tomou um golzinho aos 45 do segundo tempo e perdeu o jogo.

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