3.11.15

Quem

Quando não estou bem volto sempre ao mesmo lugar.
Volto às músicas que ouvia há 10, 12 anos.
Volto aos meus escritos de quando era jovem.
Busco algo para ler ou ver ou ouvir que me faça sentido.

Que me faça lembrar quem eu sou.

*

23.2.15

Paradoxos

É como se eu fosse duas. É uma sensação inédita para quem, até então, nunca havia dissociado prazer de trabalho. É como se eu pertencesse a um mundo diferente daqueles com quem convivo. É como se esse mundo só me fosse acessível em momentos específicos. O portal é um livro. É um filme. Uma música que me carrega para outra dimensão. É um estado de alma que raramente se apresenta. Que me faz sentir um conforto tão grande, uma sensação de pertencimento tão forte que não tenho vontade de sair de lá. Há alguns anos, me referia a essa sensação como bolha. Eu me colocava dentro dela e não queria mais sair. “O Lobo da Estepe” é meu portal neste momento. É como (re)aprender a viver sozinho. É como (re)conhecer a solidão. É como (re)encontrar uma paz cujo paradeiro eu desconhecia. Mas (obrigada, Bethânia), tinha que respirar.
Todo dia.



E me vejo expulsa da bolha por obrigações burguesas que já não me fazem tanto sentido, mas sem as quais é impossível (me veio primeiro a palavra “difícil”) viver. É esse paradoxo que me angustia. É querer estar só, em paz, mas sentir necessidade de gente. É sentir necessidade de gente, mas desprezar as pessoas. Julgá-las ordinárias. Banais. Comuns. Mornas. Assim como o Lobo, o morno não me interessa. Eu gosto de extremos. Não me interessam a política, a economia, as guerras. Me encantam as profundidades. As injustiças. O feio. A sombra. A dor. Dos outros. Outro paradoxo. Me encantam sombras e dúvidas alheias, embora eu desconheça uma maneira indolor de lidar com as minhas próprias. Porque penso que gosto de extremos, mas lido mal com a angústia e a dor. As minhas. Sufoco minhas dúvidas, é inaceitável senti-las. 

Sinto de estar quieta e só. Na bolha. Mas a vida prática não para de acontecer. E ela acontece porque eu coloquei a engrenagem para funcionar assim. Não me foi imposto. Foi escolha. Então, o pequeno sabotador que atormenta a minha alma grita para parar. Grita insuportavelmente. Mas não foi você que quis acelerar? Não foi você que decidiu enfrentar o pequeno sabotador, pisar fundo, ganhar velocidade e passar com a sua vida por cima da cabeça dele? De onde vem esse grito? Não foi você que julgou que a vida dessa maneira alimentaria a sua alma e estraçalharia a cabeça do sabotador? De onde vem esse grito? Por que faz tanto eco? Não era essa velocidade que acalentaria a sua alma e calaria o pequeno sabotador? Quem é que grita tanto? É como se eu não pertencesse a nenhum desses lugares. 

Onde foi que guardei o maldito manual de como lidar com paradoxos?


10.1.15

Sobre Desencontros e Impossibilidades


Tenho pensado em você. Fico imaginando o que está fazendo. Se transformou aquele ar depressivo e desanimado em algo que te alimente. Ou se fez como de costume e deixou pra lá, achando que não é nada demais, pegou a bici e saiu pedalando por aí. Como se o vento na cara e aquela sensação de liberdade fossem mágica e definitivamente resolver seu desânimo.

Eu tenho tentado fugir do clichê “saudade do que poderia ter sido”. Envelhecer tem lá suas vantagens. Nos traz um ceticismo besta, às vezes. Mas, sim, eu penso nisso. Embora a distância nos dê uma leitura diferente dos acontecimentos, uma definição diferente das pessoas. De longe, você me parece ótimo. Imaturo, mas ótimo. A lembrança... essa traiçoeira que apaga tudo o que nos convém. Um instante e... Não, você não é ótimo. Você não foi ótimo. Envelhecer também nos faz reter na memória a parte ruim.

Você não está ótimo. Eu sei que não está. Você continua projetando no outro as suas questões. Você continua insistindo em não se encontrar com elas. Em não enfrentá-las. Você continua fugindo do mais importante, de bicicleta. Cabelos ao vento. Sentir-se livre não é SER livre, meu bem. Talvez você nunca seja.

E cá estou eu falando sobre você. Você não fala sobre você. Só eu. Do seu jeito de olhar o mundo. Do seu senso de justiça. Do seu jeito de brigar pelo que acha certo. Do seu jeito de pegar na minha cintura. Do seu jeito de me olhar de lado com a sobrancelha arqueada. Do seu jeito de prender o cabelo. Do cheiro do seu cabelo. Do seu jeito de me dar um beijo.
Só eu falo sobre você. Você, não. Você não fala do seu medo. Da sua dor. Da sua incapacidade de se conectar. Do vínculo estranho de que você não quer se desfazer. Dos laços novos que você resiste em estabelecer.

Eu sempre acho que vou me deparar por acaso com você na rua. Ah, o acaso... Me sinto uma personagem de “Medianeras”. Sempre tenho a impressão de que você desce por uma calçada da Augusta no mesmo momento em que eu subo pelo outro lado da rua. Imagino que você desce a rua de bicicleta enquanto eu devoro um hambúrguer na lanchonete olhando o movimento. Eu sei que você também pensa no não-encontro. Eu sei que você também acha estranho. “Medianeras”. Você já viu? É sobre as impossibilidades dos encontros, dos laços, do amor.

Na minha cabeça, construo a cena. Encontro casual. Na rua. Vai ser uma alegria. Não! Vai ser constrangedor. Eu vou tentar soar natural, sorrir e puxar uma conversa. Você vai continuar sério, responder com monossílabos, não vai saber o que dizer. Você nunca sabe o que dizer.

E vai acabar assim, exatamente como foi. Constrangedor. Eu, fazendo perguntas. Você, sem saber o que dizer.


6.8.14

Sacode, tentação!


Não é lindo quando as pessoas passam pela tua vida e te tiram do lugar? Aquelas que te sacodem e provocam a pensar fora da caixinha. Te fazem questionar suas certezas, o seu padrão. O “é assim porque sempre foi assim e se não for assim não é pra mim”. Por que não é, se nunca provei?

Não é pra mim porque é fora da minha caixinha. É diferente de todas as ideias que eu, até aqui, nesta altura da vida, construí e considero que são as melhores para mim, mesmo sem ter experimentado algo diferente e até oposto a elas.

A maturidade - e é incrível a quantidade de coisas que coloco na conta da maturidade, mesmo sem ter certeza se é dela que se trata – me fez abrir mão de algumas situações na vida. Porque sempre tive impulsos suicidas de pagar pra ver, mesmo imaginando que ver de perto não me faria bem (oi, miopia, minha queridinha). Me maltratei inúmeras vezes. A maturidade – será ela? – me ensinou a me poupar. E desconfio que mais ganhei do que perdi.

Mas... e quando aparece alguém que te coloca novamente em xeque com as suas certezas? E te provoca a maior tentação de viver fora da caixa, mesmo suspeitando que emocionalmente você não vai dar conta? Faz o quê? Se joga na vida experimental e corre o risco de quebrar a cara – e o coração, o que é infinitamente pior? Ou tira da manga a regrinha de sempre e espera a vontade passar, em nome do conforto e da paz que daqui a pouco vão voltar a reinar na sua alma? E se a paz não voltar? E se a vida passar? E se...?

*

26.6.14

Controle. Liberdade. Abandono



Estão todos brincando de rolar no chão neste espaço bem aí na sua frente, tá vendo?  Olha como se divertem! Se embolam, se misturam nesse espaço enorme.

É enorme.

É de uma branquitude irritante. Irrita porque gosto de cores. Que tivesse um pretinho aqui e ali, vá lá, já seria melhor. Olha como eles rolam pelo chão claro atééééé lá embaixo, abraçados.

Percebe como brigam? 

Cada um tenta provar que é mais forte e pode dominar o outro pela força. Embolados no chão, aí, bem na sua frente, neste espaço enorme. Branco. Plano. Amplo. Vazio.

Sabe se está abandonado?

Um espaço enorme desse pra ocupar com vida. Com dança. Com sorriso. Com fala. Com leveza. Com amor. Com Liberdade. Com tudo o que EU quiser. Do jeito que EU achar melhor.

Consegue ver aquelas colunas? 

Aqueles pilares brancos ali, que sustentam o teto branco. Circulares. Revestidos de pedriscos. Tão imponentes, não? Têm umas marcas arranhadas. Eles parecem tão fortes, os pilares. 

Será que aguentam? 

Por aquela parte inclinada do teto ali no canto é que devem escorrer as lágrimas. Será?

Clareza. Lágrima. Controle. Liberdade. Abandono. Abraçados, rolando pelo chão deste espaço vazio. 

Percebe como brigam?

*

1.1.14

Primeiro Dia do Ano


Por mais viagens. Mais lugares desconhecidos. Lindos. Mais descobertas.
Por mais pessoas de verdade. Por mais comprometimento e sinceridade.
Por mais vagar. Mais demora. Profundidade. Conhecimento.

Por mais encontros. Genuínos. Verdadeiros.
Por mais surpresas. Presentes.
Por mais fazer nada, sem que isso seja incômodo. Silêncio. Contemplação.

Mais generosidade. No mundo.


*

25.11.13

Desacelera


quero andar pelas ruas a pé. sem pressa. entrar por acaso em livrarias e lojinhas que aparecerem de surpresa no meu caminho.

quero pegar ônibus. andar de metrô. sem pressa. observar as pessoas que aparecem de surpresa pelo meu caminho.

quero poder me deparar com um estúdio, entrar e sair com duas tatuagens novas.

quero andar por ruas que eu não conheço. perceber lugares em que nunca reparei de dentro do carro.

quero me locomover em outro ritmo. com horários, sem pressa.

quero sair pra beber a pé.
quero ir ao cinema a pé.
quero ir ao salão a pé.
quero ir para a ioga a pé.
quero voltar da ioga a pé.
as 21h. as 22h.

despreocupadamente.

quero mudar de casa.
quero mudar de analista.
quero mudar de emprego.
quero mudar de vida.

mais devagar, por favor.

*

22.8.13

Não é Sobre o Outro


- me ajuda a organizar uma festa na minha casa nova?
- claro. para comemorar o quê?
- a minha indecisão. minha confusão. o fato de eu não conseguir me desprender do que já passou e por isso não ser capaz de saborear novas conquistas.
- tem certeza que são motivos para comemorar?
- são. porque a minha confusão, inevitavelmente, tem a ver com um sentimento muito profundo que foi frustrado. não, sentimento não. intenções frustradas. quando um homem tem suas expectativas frustradas, é como se aquele sentimento fosse sedimentado pra sempre ali.
- sei...
- e não importa o que aconteça, ele sempre vai perturbar. sempre vai aparecer. você tenta superar, tocar sua vida... e as vezes até consegue. mas não impunemente. aquele troço vai voltar. vai te cutucar. vai fazer você lembrar que ele existe. vai te lembrar de toda a parte boa que aquilo representa. a parte ruim não existe.
- claro que existe.
- não existe.
- você é que esqueceu. ou não quer lembrar. a memória é seletiva. depois de um tempo, nossa lembrança reconstrói os fatos. tudo fica bem mais lindo do que realmente foi.
- mas tudo foi lindo, mesmo.
- ainda não entendo porquê você quer comemorar. é uma festa para a vida linda que você não viveu? o que isso tem de bom?
- vamos celebrar o sofrimento. o sofrimento da frustração por não viver uma história até o fim.
- de novo?
- o sofrimento por ter aberto parêntese emocional no meio dessa história, por ter começado e adorado uma nova história com você (entre parênteses) e por não ter tido coragem de meter um ponto final nem em uma, nem em outra. vamos celebrar a covardia sentimental! um brinde aos bananas!

Porque, no fundo, é sempre sobre si mesmo. Pra que tanto esforço pra compreender o comportamento do outro, pra desvendar o sentimento alheio, se nem os seus próprios você dá conta de entender? Não é sobre o outro. É sobre si mesmo. Sempre.

*

3.6.13

Novo Eu


Meu novo eu pratica exercício físico. Se estica inteiro em aparelhos modernos que parecem querer te derrubar o tempo todo e, além de se esforçar para não cair, ainda tem de coordenar a respiração fazendo força no abdome.

Meu novo eu recarrega o telefone com as músicas preferidas e crê que são elas que movimentam suas pernas para que ele consiga completar a volta no lago do parque, a 14 graus com chuva.

Meu novo eu ouve meditativas canções enquanto lava a verdura e prepara um filé grelhado para o jantar.

Meu novo eu vai ao supermercado e compra ingredientes absolutamente estranhos, tais como “iogurte 0% de gordura”, “damascos secos”, “queijo cottage”, “adoçante com sucralose”.

Meu novo eu se alimenta com esses ingredientes estranhos a cada 3 horas.

Meu novo eu assiste à novela das nove.
Meu novo eu vai ao pneumologista pedir ajuda para deixar de ser o antigo eu.

Meu novo eu tenta obstinadamente entender o lugar que ocupa no mundo, o que quer, do que precisa e para onde está caminhando.

Meu novo eu não troca o sofá e a cobertinha roxa numa noite fria por uma pista ocupada por pessoas falsamente felizes e demasiadamente autorreferentes, mesmo que toquem as músicas preferidas dele.

Meu novo eu tá velho. E tão mais feliz.

*

12.5.13

Imensidão do Mundo


Ninguém sabe tudo.
É impossível ter todas as respostas.
O mundo é imenso.
Nós somos absolutamente insignificantes diante dele.
Ninguém vai salvá-lo. Eu muito menos.
Sigo meu caminho honestamente, sem perder isso de vista.

*

26.4.13

Laço


O tempo sempre me surpreende quando me esfrega na cara que há vínculos inquebráveis.
Incrível. 
Eu gosto!

*

15.4.13

Para Repetir como Mantra


“Você pode adquirir todo o conhecimento do mundo, mas se não se desligar do mental, vai continuar achando que falta, que falta, que falta, que falta...”

“Não temos nem nunca teremos todos os porquês a respeito do comportamento dos outros. Nem dos nossos! E tudo bem, sabe?”

*

1.4.13

Recolhimento


s.m. Ato ou efeito de recolher. 
Retiro.
Abrigo, pousada.
Retiro espiritual de certa duração.
Concentração espiritual.
Recato, modéstia.

como faz?

*

31.3.13

O Vazio Que Nos Move


Porque, na era das informações rápidas e fragmentadas, não sou capaz de elaborar nenhum raciocínio que vá além de uma dúzia de linhas:

Quando alguém diz alguma coisa sobre si mesmo que não condiz com a realidade, tenho a impressão de que fala para se ouvir. É um jeito de se convencer do que está dizendo. Como se ouvindo aquilo pudesse interiorizar o jeitão como gostaria de ser.

“Eu me arrisco muito” me soa como alguém buscando coragem para se aventurar em uma situação nova. Uma situação que lhe provoca temor.

“Eu expresso demais os meus sentimentos” me parece se tratar de alguém fazendo um esforço sobre-humano para mudar um padrão de anos. Alguém que, na verdade, morre de medo de dizer o que sente. Talvez nem saiba ao certo o que sente. Quiçá queira muito sentir o que não sente.

A paixão tem mais relação com nossas próprias carências do que sonha a nossa vã filosofia. É fácil se apaixonar pelo que nos falta, independentemente de quem ofereça. Um ser carente se apaixona pela fantasia do que deseja e não exatamente por quem oferece o que ele deseja.

Ao mesmo tempo, este ser também oferece uma fantasia: um amor que não pode dar. Que não tem pra dar.

Noves fora: não sobra quase nada, além de algumas ilusões desfeitas e dois corações quebrados. 

*

23.3.13

Missão


Quando vim a esse mundo torto, me deram uma missão.

Minha tarefa, involuntária diga-se, é fazer com que as pessoas de alma mais pura, de coração mais generoso e caráter irreparável que a vida colocou no meu caminho, se voltem as suas próprias questões.
Desembaralhem o emaranhado.
Coloquem as coisas no lugar.
Dêem nomes para elas.
Ressignifiquem.
Independente de mim.
No fim.

*

29.8.12

Universo

Ele conspira. Responde perguntas. Aniquila dúvidas. Indica direções. Parece mágica.

Se manifesta quase sempre em épocas turbulentas. Quando você tem a sensação que a estrada que pegou não é a certa. Não é a melhor. Não vai te levar para lugar algum. Quando a beleza e o prazer da caminhada ficaram pra trás. E o cansaço te impede de seguir.

Você tem dúvidas de sobra e falta uma boa alma confiante para pegar sua mão. Alguém que te diga um caminho. Que valide sua escolha.

Você não sabe se volta e pega outra rota. Ou se se arrasta até uma nova bifurcação em que vislumbre a possibilidade de mudar de direção.

É quando ele se manifesta. Faz uma mágica capaz de fazer você lembrar exatamente dos motivos de ter escolhido aquele caminho. Quando você não aguenta mais caminhar, ele te impulsiona os pés, faz tudo ficar leve e fácil. Valida todo seu esforço. Reconhece sua exaustão. Te recompensa por ele. E recarrega o compartimento vazio com prazeres e alegrias.

Não te tira as possibilidades. Faz você olhar para outros trajetos com ânimo.

Mas este caminho. Não tem. Volta.


*

28.8.12

Esponja

Todas as desgraças e injustiças do mundo cabem dentro de mim.

Vai parar tudo no estômago. Até doer demais. Até que seja preciso vomitar pra devolver tudo pro lugar de onde veio.


*

20.8.12

A Menina Grita

vossa excelência desperta o melhor e o pior de mim.

*

11.3.12

Simplesmente Complicado

eu tinha esquecido de como o tempo de cada um é diferente!

eu tinha esquecido de como algo tão simples pra mim pode ser tão complexo para o outro.

eu tinha esquecido. e não foi gostoso relembrar.


*

20.11.11

Where's My Mind?

tenho impressões que muito provavelmente não condizem com a realidade.

dizem que esta é a última sensação antes de a pessoa enlouquecer de vez.


*

1.9.11

It's the End Of the World


ele se casou
ela foi viver em outro país
e viveram felizes para sempre


*

29.6.11

Gestação

É como fazer o enxoval de uma criança que nunca nasce.


*

7.3.11

Divã

daí concluo que faria tudo tudo tudo de novo.
mas com um divã por perto.

16.1.11

Reconstrução

Aquela sensação.
De novo.
De repente, a imensidão do mundo.
Insignificância.
Vida ordinária.

Uma emoção e outra.
Emoção? Desânimo.
Onde foi parar a intensidade?
O sentido?
O tempo que se demora?

Devem estar bem ali.
Em alguma esquina.
Da imensidão do mundo.

*

8.11.10

I Gave Up

Tudo bem se eu desistir de escrever sobre a saga da dívida propria, né?

Tudo bem se eu desistir de várias coisas no meio do caminho?

Tudo bem?

*