30.3.07

Piada Pronta

Ao que tudo indica, o milésimo Gol do Romário deve ser marcado no domingo.
Primeiro de abril.

26.3.07

Prêmio

Tirei o sábado para cuidar do automóvel. Coisa, aliás, que eu já deveria ter feito há muito tempo, conforme não cansavam de dizer a mãe, os amigos e as pessoas mais próximas.

Então, agora meu um-ponto-zero voltou a ter estepe, depois de 6 meses. Ele tem 2 pneus novos. E disco e pastilhas de freio novos. E até bandeja da suspensão nova. E está alinhado, balanceado e... limpo, brilhando!

Incrível, não?
Agora, podem jogar as minhas sardinhas!

22.3.07

Quer?

Quer me fazer flutuar?
White Light Generation - Ladytron.

Quer me surpreender e me deixar feliz num clube rock?
Raoul ou Monster - The Automatic (recomendo em doses homeopáticas)

Quer me fazer balançar o corpo de um lado para o outro, com os braços abertos, olhando pro céu?
You Were The Last High - The Dandy Warhols (quase um vício, ultimamente).

Quer me ver fazendo air drums?
Outsiders - Franz Ferdinand (da qual é impossível enjoar).

Quer me ouvir cantar um refrão grudento?
Ruby - Kaiser Chiefs.
Can’t Lose - We Are Scientists.

Quer me ver marcar a música com o dedo indicador?
Evil - Interpol.
Pioneers - Bloc Party.

Quer me fazer dançar?
Dancing Shoes - Arctic Monkeys
An Honest Mistake - The Bravery.
Helicopter e Baquet - Bloc Party.
(e tantas, tantas outras...)

Quer me ouvir gritar?
Blister in The Sun - Violent Femmes.

Quer me fazer pular?
This Fire - Franz Ferdinand.

Quer me fazer cantar uma música inteira/dançar/gritar/pular/chorar?
Mr. Brightside - The Killers.

Quer me fazer viajar?
Temptation - New Order.

Quer me fazer sorrir?
Cruisin’ Together - Duets
More Than This - Roxy Music
Perfect - Smashing Pumpkins

Quer me fazer chorar?
Então, espera que eu tenho que pensar...

21.3.07

Padrões e Conceitos

Ela foi uma adolescente padrão. Estudou em bom colégio, teve boa família. Tinha vocabulário padrão, atitudes padrão, emprego padrão e namorado padrão. Sempre seguiu a cartilha do “o que é melhor para você”.

Mas se cansou. O Tempo lhe trouxe gostos diferentes, jeito peculiar, pensamentos novos, outros olhos e ouvidos, vida própria, única. E o padrão virou merda. Se libertou daquilo que diziam que era melhor pra ela. Ninguém mais sabia o que era bom pra ela. ELA sabia. E estava quase plenamente feliz assim.

Foi quando o mesmo Tempo que lhe trouxe libertação a colocou de frente com alguém. Alguém que talvez pudesse trazer a plenitude. Mas que a remetia a conceitos e idéias que não eram mais dela. De que tinha se livrado. Tinha destruído. Que ela abominava com toda a força. E que não queria mais.

O alguém jogou aquele pacote angustiante na cara dela: surpresa! Não, ela não queria mais se deparar com tudo aquilo. Não queria fazer parte da divisão do pacote. Quase virou as costas. Não conseguiu.

Controlou o ímpeto de chutar todas aquelas regras, uma por uma, pra bem longe. Pro inferno. Até passar a vontade de acabar com tudo. Ou não.

18.3.07

Linha Amarela

A falta de prática me fez perder a marca da linha amarela. Não sei mais ao certo onde ela deve ficar. A linha amarela. Aquela que delimita o terreno. Que demarca a exata medida. Agora, eu nem sei mais qual é a medida, qual é o limite.

Eu sempre tive a exata noção da linha amarela. Aquela que mostra claramente até onde o outro pode ir. Aquela que o outro não pode ultrapassar, sob o risco de tomar um tiro.

A linha amarela ficava lá longe de mim. Eu era protegida pela minha armadura. Meu peitoral de aço me confortava. Agora, vou diminuindo a distância entre mim e a linha amarela. Já me desfiz do elmo. E ainda não disparei nem um tiro.

12.3.07

Criador e Criatura

Acho que este cara aqui nasceu escrevendo. Quando o médico bateu na bunda dele pra ele chorar, ele deve ter pedido um laptop.

Alguns textos estão em antologias e revistas literárias. O primeiro romance dele – que me fez ficar acordada a madrugada toda, lendo de uma sentada só, me lembro bem - foi finalista de um prêmio importante. E agora, finalmente, “Desamores” vai ser publicado.

Durante nosso café da tarde, ele me explicava os trâmites da editora, o vai-e-vem da prova do livro, o contrato, a capa, as correções ortográficas... E dizia que já tinha lido o próprio livro um milhão de vezes.

- Não agüento mais olhar pra ele. Agora, eu entendo porque os Los Hermanos não cantam mais “Ana Júlia”!

8.3.07

Prova!

Prova que gosta de mim. Prova! Mostra que entende este ser humano estranho e instável e não faz perguntas. Não muitas. Alguma hora melhora. Não depende de você, não depende de ninguém.

Prova que gosta de mim e me deixa aqui quietinha. Fica perto, não me abandona, mas não me agrada. E por favor não me faz perguntas. Não muitas. Porque tem motivos que eu ignoro. Tem razões sobre as quais não quero falar pra ninguém. Nem pra você, nem pra mim. Só me escuta, respeita e finge que entende.

Prova que gosta de mim e não me censura. Não me repudia. Me deixa fazer o que eu quiser da minha vida, aquela que não te diz respeito. Desregulada. Torta. Atípica. Não me retalia, ainda que você discorde da forma como eu levo a vida, aquela que é só minha. Não me julga. A condenação do meu jeito me empurra pra longe, sem que eu queira.

Prova que gosta de mim e não me pede nada. Pra melhorar a minha rotina, pra trocar a cor do cabelo, pra comer maracujá. Porque eu gosto de tudo como está. Ou talvez não. Mas não vou mudar nada, sem que eu queira.

Prova que gosta de mim e me deixa ser eu. Torta. Desregrada. Estranha. Instável.

6.3.07

GGM

Gabo completa hoje 80 anos de vida. Gabriel García Marquez, de quem não li a obra prima máxima - dizem - "Cem Anos de Solidão", mas "O Amor nos Tempos do Cólera". E "Memórias de Minhas Putas Tristes". De onde saiu a frase que ilustra este blog, agora "clean" - dizem.

Graças a ela enfrentei pela primeira vez meu ser natural enquanto transcorriam meus noventa anos. Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado de alma e sim um signo do zodíaco.

E só!

5.3.07

Ación e Divagación

Cá estou eu, com a casa em ordem.
Eu adoro cores, mas depois de, sei lá, três, quatro anos olhando para o mesmo azul, o meu saco se encheu. E não me restou outra alternativa a não ser acabar com ele.

De modo que, em vez de demolir a casa, mudei de endereço e construi outra com as minhas próprias mãos.

O nome? Pois é, o nome é um problema sério. Eu não gosto dele. Detesto, na verdade. Mas não tive capacidade criativa para mudar. Então vai continuar com esse nome de academia de ginástica, mesmo.

E cá estou eu, na velha casa nova.