28.9.07

Exaltando

- Tata, vou sair com o pessoal da firma, hoje.
- Ah, é? Onde vocês vão?
- Num pagode.
- Aoooooooonde?
- No Armazém da Vila, vai ter show do Exaltasamba.
- Jesus-Maria-José!!!
- Se quiser, tá convidadíssima!
- Ah, claro. Só se for pra passar com o carro por cima daquelas pessoas e jogar uma bomba no estabelecimento.

Depois das recomendações básicas para não dar bola para tchutchucas escovadas, de shorts, com a pança de fora e piercing no umbigo, depois de lembrar que eu sou muito, MUITO brava, desejei um-bom-show-do-Exaltasamba-divirta-se.

Cheguei em casa e fui ouvir, não sem um pouco de medo. Aqui cabe parênteses. Informações que podem ser usadas contra mim mais tarde, eu tenho plena consciência.

Abre parênteses: na adolescência, eu ouvia pagode. Bastante. Eu ia a lugares que tocavam pagode. Malditos jogadores de vôlei! A culpa é deles. Fecha parênteses.

Pois entrei numa dessas rádios da internet e digitei na busca: Exaltasamba. Apareceu um disco chamado “Meus Sucessos”. Ouvi uma por uma. Sofri. Quase morri. Conhecia mais da metade delas.

23.9.07

Casa do Vinho

Eu gosto de fuçar novidades musicais. Leio alguma coisa sobre um cantor/cantora/banda que não conheço e vou ouvir pra saber qual é, sempre que tenho nada pra fazer - o que acontece quase nunca, é verdade.

Quando se começou a falar por aqui de Amy Winehouse, eu andava meio ocupada (hahaha). Ouvi a moça pela primeira vez num curto trajeto de não-lembro-onde para tampouco-me-lembro, no carro, com uma amiga. Gostei. Baixei os discos. E estou viciada - com o perdão do trocadilho infame. É quase inacreditável que aquele vozeirão saia de um corpo tão pequeno e magrelo. Sobre o cabelo, eu não tenho nada a dizer.

Agora, a tresloucada Amy não sai mais dos tablóides ingleses. Mais pelas bizarrices que apronta do que pelo talento inegável. É uma espécie de Pete Doherty de saias. Zoada. Junkie total. Se estapeia com o marido e publicam foto deles machucados no jornal. Foi convidada e depois desconvidada para fazer a trilha sonora do próximo filme da série James Bond. O sogro e a sogra recomendaram aos fãs que não comprem mais discos da menina que tem vinho no nome, para que ela se convença a se tratar e abandonar de vez as drogas.

E com tudo isso, não faltaram nomes da música que se manifestaram solidários à Amy. Lou Reed disse que gosta da moça e desejou melhoras a ela.

O próprio rei dos junkies, Pete Doherty, disse a um jornal britânico que vai dedicar uma música a ela, chamada Amy On The Mend – o que não deixa de ser irônico. Como disse um amigo, é praticamente um "Criança Esperança" dos drogaditos.

Por fim, os garotos sobre os quais não me canso de falar e que não canso de ouvir do Arctic Monkeys regravaram uma música de Amy Winehouse, como forma de se solidarizar com ela. Repito: acho a mulher realmente muito talentosa, capaz de fazer músicas cheias de arranjos envolventes. Mas ouça esta versão.



Espero ansiosamente ouvir esta bela canção ao vivo, no dia 28 de outubro, grudada na grade, praticamente como uma fã adolescente histérica do RBD.

21.9.07

Pausa Necessária

Antes que este lugar vire um divã chato, espaço para as minhas divagaçõezinhas sentimentalóides de mulherzinha.

Antes que eu comece a escrever sobre essas bobagens que a gente sente.

Antes que eu volte a escrever sobre mim de uma forma meio truncada, achando, ingenuamente, que assim eu não me exponho demais.

Antes que você chegue aqui e encontre um monte de reflexões meio infantis que não fazem o menor sentido pra você.

Até que eu seja capaz de voltar a escrever com o mínimo de bom humor e sarcasmo, como eu gosto de fazer.

Eu prefiro me abster.

Espero que a lama passe logo e que eu retome a sanidade mental e emocional rapidamente.

Mas não desligue. A sua ligação é muito importante para nós. Estamos trabalhando para melhor atendê-lo.

17.9.07

Quando Chorar

"Há um tipo de choro bom e há outro ruim. O ruim é aquele em que as lágrimas correm sem parar e, no entanto, não dão alívio. Só esgotam e exaurem. Uma amiga perguntou-me, então, se não seria esse choro como o de uma criança com a angústia da fome. Era. Quando se está perto desse tipo de choro, é melhor procurar conter-se: não vai adiantar. É melhor tentar fazer-se de forte, e enfrentar. É difícil, mas ainda menos do que ir-se tornando exangue a ponto de empalidecer. Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza legítima à qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto de nossa dor mais profunda. Homem chorar comove. Ele, o lutador, reconheceu sua luta às vezes inútil. Respeito muito o homem que chora. Eu já vi homem chorar." - C.L.

12.9.07

Eduardo e Mônica

Ela é corinthiana. Ele é são-paulino.
Ela é de 70. Ele é de 80.
Ela é rock. Ele é pop.

Ele é dia. Ela é noite.
Ele escuta. Ela fala.
Ele guarda. Ela manifesta.

Ela come na rua. Ele, em casa.
Ela fuma. Ele faz exercício.
Ela pensa. Ele sente.

Ele chora. Ela grita.
Ele é tensão. Ela é tranqüilidade.
Ele é metade. Ela é inteiro.

Ela é assim. Ele é assado.

5.9.07

Desespero

Então, é assim.

Eu me debato, empurro, chuto, faço força, ranjo os dentes, cerro os punhos, bato a cabeça, me estico, me encolho.

O mundo é muito mais forte e poderoso que eu, e me engole numa velocidade impressionante.

Vida besta!