3.11.08

Na Vila

E então, num domingo chuvoso, decidimos ir à Vila Belmiro. Porque a gente estava em Santos. Porque eu nunca tinha ido ver jogo lá e sempre quis. E porque meu sogro é santista. Três bons motivos expostos, nem me importei que não ia ter Corinthians em campo. E o namorado nem considerou que o São Paulo jogava no Morumbi.

A Vila Belmiro poderia ser um hipermercado. Porque é pequena para os padrões de estádios de futebol e fica numa zona residencial. Tipo a Bombonera, mal comparando.

Como o Felipe Massa fez o favor de nos fazer roer as unhas dos pés emocionar até a última curva do GP do Brasil, chegamos atrasados. Não muito. Mas o suficiente para o Palmeiras já ter aberto o placar. Estádio bem cheio, encontramos um cantinho bom na área da numerada e sentamos. Primeiro, me dei conta do tempo enorme que faz que não acompanho o futebol, além do Parque São Jorge (e nem lá eu me dedico com afinco), quando notei que o único jogador que eu reconhecia em campo era o Denílson. E só no segundo tempo, porque ele é reserva. No caminho, ainda comentei com o namorado: ôba, vou ver o Marcão no gol. Mas nem isso. O pai dele morreu e ele não jogou. Tudo bem, tinha o Fábio Costa no outro gol, de quem eu tinha uma leve lembrança.

Comentei o desconhecimento futebolístico geral com o namorado:

- O Cleber jogou no seu time, Tata. Lembra dele?
- Quem?

Eu tinha que torcer pro Santos (sob pena de me indispor com o sogro, o que todos sabem, não é nada bom). Mas confesso que estava difícil. Eu nunca vi um time que, no ataque, tem só 3 jogadores na área. O resto fica no meio campo, esperando sei lá o quê. Era evidente a superioridade do Palmeiras, sobretudo no contra ataque. Rápido, de pé em pé, time bem mais entrosado e criativo.

Mas eu tinha que torcer pro Santos. E nem a torcida me empolgava. Até entoei um vamo virar, Santooooooos!, mas não fui além disso. A Jovem é legal e tal. Mas deixa a desejar na empolgação. Aquelas musiquinhas não me conquistaram, não teve jeito. Nada se compara à Fiel Torcida. Foi quando o Peixe empatou, num lance polêmico que eu, sem replay, narração e comentário, não entendi direito, não obstante a proximidade entre a arquibancada e o campo. Foi uma confusão. E depois dela, veio o melhor momento do jogo: Wanderley Luxembrugo foi expulso. E eu gritei, gritei, gritei todos os palavrões que eu conheço, com direito a mãozinha pra cima e expressões faciais de rancor.

E nem me importei que o Peixe tomou um golzinho aos 45 do segundo tempo e perdeu o jogo.

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