30.6.07

Novo Vício

Maldita hora que um colega da firma encontrou o joguinho e me mostrou. Minha vida nunca mais foi a mesma. Bastam 5 minutos livres para eu voltar lá e tentar me superar. É muito divertido. Você ouve um trecho de uma música e tem que adivinhar o nome do filme em que ela toca. São 64 canções.

Da primeira vez, acertei 47. Hoje, depois de um bom tempo do sábado de folga em frente ao micro e com a ajuda do Google, acertei mais 3, ou 80% do total. E ainda faltam algumas que me são muito familiares, parecem tão óbvias e eu não adivinho o filme de jeito nenhum.

Divirta-se!

28.6.07

Ira

O jornal grita na minha cara: Cinco jovens de classe média do Rio espancam uma empregada doméstica na rua

O fato já é um absurdo sem tamanho. Mas sempre pode piorar. Primeiro, um dos moleques tenta amenizar a cagada, dizendo que achou que a mulher fosse uma prostituta. Como se toda prostituta tivesse nascido para apanhar de cinco playboys. Como se fosse óbvio que toda prostituta merece umas porradas.
Mas piorou ainda mais. Eis que um homem que se diz microempresário, chamado Ludovico Ramalho Bruno, pai de um dos marginaizinhos, dá entrevista e diz o seguinte, a respeito do filho dele e do resto do bando: “Prender, botar preso, juntar eles com outros bandidos... Essas pessoas que têm estudo, que têm caráter, junto com uns caras desses? Existem crimes piores."

A declaração descabida explica a atitude do filho dele. O problema dessa gente é que eles realmente acreditam que quem tem dinheiro não precisa ter valores, nem respeito pelo outro, nem porra nenhuma. Pode fazer o que bem quiser. Está acima das regras e da lei, pelo simples fato de ter dinheiro. E os filhos se tornam escrotos como os pais. A declaração desse infeliz me faz lembrar do estorvo máximo da política deste país. Alguém que há tempos fez uma afirmação desastrada e se tornou célebre: Estupra, mas não mata.

Nem toda a palhaçada do mundo no Conselho de Ética do Senado com Renan Calheiros às voltas com pensão pra mãe de filho fora do casamento, bois e notas frias, nem João Hélio arrastado preso ao carro, nem nenhum fato mais revoltante de que se tem notícia me transtornou mais, me despertou mais ira do que a entrevista deste homem.

Hoje, ouvi a entrevista que Sirley Carvalho deu lá na firma. Ela conta, chorando, que o filho pequeno foi falar com ela, logo que ela chegou em casa. Quando Sirley contou a ele o que tinha acontecido, o menino disse que ia bater nos meninos que a agrediram. A mulher diz que tranqüilizou o filho, dizendo que não fizesse aquilo, que não podia bater nas pessoas, porque o que os marginaizinhos fizeram era errado e ele não deveria fazer o mesmo.

A comparação dos dois discursos, tão diametralmente opostos, tão distintos, é suficiente para concluir o óbvio: classe social não determina, nunca determinou e nunca vai determinar valores, educação e nem caráter de ninguém. É isso que falta a muita, muita gente entender e praticar, sobretudo à maioria dos abastados nojentos deste país. Que acreditam que porque têm dinheiro são melhores do que os que não pertencem a sua classe.

Eu espero, com toda a minha força, que estes cinco animais fiquem bastante tempo encarcerados, amontoados com milhares de detentos numa cela. Lá talvez eles aprendam a ter respeito pelas pessoas. Na marra. Do pior jeito possível.

Mais sobre o caso, eu encontrei aqui. É perfeito!

25.6.07

Receita

Se você, como eu e o Garfield, detesta as segundas-feiras, atenção para estas dicas. Seguindo todos os passos com rigor você terá a sensação de que está vivendo um outro dia qualquer, com paz de espírito, tranqüilidade e leveza.

- Acorde duas horas mais cedo do que costuma fazer. A princípio pode parecer penoso, idéia de jerico. Mas seu dia vai render mais e, acredite, vai passar mais rapidamente.

- Dirija-se ao local de trabalho duas horas mais cedo que o habitual. Você não vai precisar rodar 20 minutos para achar uma vaga para estacionar seu carro num lugar não tão escuro e relativamente perto da firma.

- Não esqueça sua funcional, para não ter que perder 10 minutos na recepção da firma, anotando matrícula, nome completo, dia, hora, idade e tipo de sangue na “relação dos alienados que esqueceram a funcional na hora de trocar de bolsa”.

- Antecipe-se ao porvir, como um louco manso legítimo. Quando seu chefe fizer menção de lhe perguntar sobre aquela matéria, da qual você não faz nem idéia, diga que está encaminhada e que fica pronta até o fim do dia. E se vira.

- Fabrique boletins e notas para preencher um jornal de 20 minutos. Se for em TV, fabrique VTs. Se for em jornal ou revista, fabrique matérias para encher 8 páginas. Se for em site, renove a home a cada 40 minutos com notícias inéditas. Vale nota sobre a lista de músicas mais irritantes do mundo, filmagens de Kill Bill 3 e 4 na China, homens processados na Escócia por uso de Kilt. Sacou? O critério é esse: não tem.

- Saia do trabalho duas horas mais cedo que o habitual. A sensação de que todo mundo do seu turno continua trabalhando, enquanto você pega a bolsa pra ir embora é inenarrável. Dê boa noite a todos, acompanhado de um sorriso sarcástico. Isso potencializa a sensação inenarrável.

- Siga até o automóvel estacionado num lugar não tão escuro e relativamente perto da firma, cantarolando a última música do show a que você assistiu no dia anterior. Ligue o automóvel. Ande com ele por 500 metros. Pare na fila imensa de carros que se forma no primeiro semáforo dos 20 quilômetros que você tem que percorrer até chegar ao conforto do seu lar. São 6 e meia da tarde e a CET registra 114 quilômetros de congestionamento na cidade. Neste momento, é importante não deixar de cantarolar.

- Arrisque-se por caminhos alternativos para fugir do engarrafamento e veja-se perdida na Vila Madalena, bairro que você freqüenta há pelo menos 15 anos. Continue cantarolando – desta vez, acompanhando o CD.

- Quando, depois de 45 minutos, você chegar em casa, finja que não entende porque aquelas pessoas estão com aquelas caras. Mãe = de cansada. Irmã = de triste. Vó = de piadista (sempre). Irmão = de surpresa, porque você chegou duas horas mais cedo em casa. Faça uma outra leitura daquelas expressões, dê boa noite, sorria e siga para o conforto do seu dormitório.

- Coloque Morcheeba para ouvir, acenda um insenso de flores, feche a porta, abra a janela e as portas dos armários. Desça do salto, jogue a bolsa pesada na cadeira, o corpo na cama e pense no fim de semana bom que você teve. 15 minutos são suficientes.

É tiro e queda!

20.6.07

Macacos me mordam!

Tal qual uma adolescente de 18 anos, eu brado a quem quiser ouvir:

É MUITA FELICIDADE!!!

À audiência qualificada deste humilde blog, eu explico: é quase tão bom quanto um show do Revelação ou do Sensação ou de algum outro "ão" de que eu tenha me esquecido o nome.

Falto no plantão, peço demissão, mas não deixo de ir, não!

Tô muito poeta, hoje!

18.6.07

Pressa

Domingo. Entro no fast food. Já passa da meia noite. Filas enormes. Mas não era pra ser “fast”? Todos parecem impacientes. A fila diminui no ritmo inversamente proporcional a velocidade do movimento das pessoas.

O motorista do ônibus acelera o veículo para atravessar o cruzamento, ainda com o semáforo amarelo. Na outra direção, um carro popular se antecipa ao semáforo e acelera antes que fique verde. Ônibus e carro berram suas buzinas estridentes. Os motoristas têm pressa.

O menino desce a rua pela calçada, correndo. Volta da escola, com a mochila nas costas. Ele tem pressa.

A mulher entra em casa esbaforida, pisando duro em passos rápidos. Já se foi metade do dia, tantas tarefas já foram realizadas e a lista das pendências ainda é grande. Pressa.

Os ponteiros dos segundos do meu relógio correm. Mais rapidamente do que qualquer outro. Da ponta da cama, observo a urgência de todos. Eu tenho pressa. Me esforço. Mas não acompanho a velocidade do mundo.

13.6.07

As Polainas e o Rock

Mais uma da série “como as pessoas vêm parar aqui”.

Segundo o querido Google Analytics, as polainas continuam bombando. O que tem de gente que chega aqui querendo “fotos de polainas”, “como usar polainas”, “polainas de tricô”, não é brincadeira...

Ainda na editoria “moda”, houve quem pensasse que aqui encontraria “foto de botas com saia” ou “foto de modelo usando bota de cano baixo”. Não encontraria nunca, uma vez que eu tenho apenas 1,60m e as botas de cano baixo não ficam bem em modelos baixinhas (hahaha).

A editoria musical também é um sucesso:

*muitas fotos do keane – perdão, esqueci a câmera em casa no dia do show.
*Julian Casablancas foto – vai ver a exposição “Rockers” que tem mais de uma.
* foto Alex Turner namorada – deve ser alguma adolescente ciumentinha, curiosa pra saber que cara tem a namorada do menino.
* signo do Pete Doherty – certeza que o próximo acesso desta é um site de astrologia pra ver se eles combinam... Ele é de Gêmeos, e fez aniversário dia 5 de junho. De nada!

A conclusão disso tudo é muito óbvia: eu poderia lançar uma marca de polainas superfashion e vender com uma foto de um rock star como brinde. Primeiro, venderia apenas pela internet. Mas o sucesso seria tão estrondoso que em poucos meses já teria que atender uma enorme demanda nacional. Faria polainas de tecido tecnológico, daqueles que não retém suor, para abastecer o Norte e o Nordeste do Brasil. Então, eu inovaria e as polainas passariam a ESTAMPAR as fotos dos rock stars. Modelos desfilariam a novidade nas passarelas da São Paulo Fashion Week, ao som de Bloc Party e Kaiser Chiefs. A personagem malvada de Alessandra Negrini na novela das 8 exibiria suas canelas cobertas por um pedaço de pano com a cara de Alex Kapranos ou da Beth Ditto, vocalista de 230kg do Gossip, enquanto a personagem boazinha preferiria o rostinho do Gary Lightbody, do Snow Patrol (que é uma banda mais fofa). Eu enriqueceria em poucos anos, me instalaria na Inglaterra para lançar a coleção na Europa, talvez na semana de moda de Milão.

Tchau, vou fazer as malas!

12.6.07

Rapidinha

Feliz Dia dos Namorados!!!

11.6.07

Todo Carnaval Tem seu Fim

(não, isso não é um texto sobre o show de despedida dos Los Hermanos...)


Depois de 34 dias longe da labuta e desobrigada de saber o que acontece no mundo, hoje começa tudo de novo.

Diz o ditado que o trabalho enobrece o homem. Eu sou mulher, mas vou ali ficar um pouco mais nobre. Só volto quando me desamarrarem do pé da mesa.

5.6.07

It's Only Rock'n'Roll But I Like It

Fui ver a exposição Rockers, com mais de 270 registros do fotógrafo Bob Gruen. Ele é um dos mais conceituados e respeitados profissionais do rock. Trabalhou com Led Zeppelin, The Who, David Bowie, Tina Turner, Elton John, Aerosmith, Kiss, Alice Cooper e ainda ficou amigo de John Lennon. Além de tudo isso, nos anos 70 Gruen acompanhou turnês do que seriam algumas das grandes bandas do punk: New York Dolls, Sex Pistols, Clash, Ramones, Patti Smith e Blondie. A curadoria da exposição é do ótimo Supla (sim, acho ele ótimo!).



Espalhadas pelo salão da FAAP estão fotos clássicas, como a dos Ramones na frente do CBGB e a de Sid Vicious se lambuzando com um cachorro quente, fotos de shows, bastidores e quatro imagens gigantes de 6 metros.



Depois de uma geralzona - incluindo uma belíssima foto do Kiss, com máscaras, em Kyoto -, há as subdivisões. A primeira é dedicada ao punk, com imagens das grandes bandas representativas do gênero e um breve texto sobre elas (Ramones tocavam 12 músicas em 16 minutos!!!).

Em seguida, há a subdivisão “John Lennon”, com a lendária foto dele fazendo o sinal da paz com os dedos e a Estátua da Liberdade ao fundo. Mais textinhos explicativos e várias imagens de bastidores. Dois destaques: John no estúdio com o filho, Sean. E John no estúdio, trabalhando, enquanto Yoko faz crochê, deitada num sofá, do outro lado da mesa de som.

A última parte da exposição é dedicada a fotos mais recentes de Bob Gruen. É onde aparecem, por exemplo, Julian Casablancas, do Strokes, Billy Joe, do Green Day, e até a Kate Moss - modelo, junkie e namorada de Pete Doherty, líder do Babyshambles. Além dos caras dos Sex Pistols, do New York Dolls e do Clash já tiozinhos. Tem também a Courtney Love, mas não tem nada do Kurt Cobain.

Aliás, vendo as fotos, você pode achar que Debbie Harry, do Blondie, usa apenas uma blusa branca – suja - e uma calça rosa por toda a vida. E pode, quem sabe, não reconhecer a cara de Iggy Pop nos anos 70.
Tem também um espaço que simula um quarto, com vários pôsteres e recortes de jornais e revistas colados nas paredes. Nada demais.

Três vídeos são exibidos simultaneamente em telões. Não vi nenhum dos três por inteiro, mas em um deles, Bob falava sobre as fotos. O segundo telão exibia um vídeo sobre o New York Dolls e o terceiro um do Blondie.


A Cosac Naif editou o livro homônimo com as fotos de Bob Gruen. Custa cerca de 70 pilas. A exposição é gratuita. Pra quem gosta de rock'n'roll ou de música em geral é um prato cheio. Quem não se importa muito com música mas gosta de um belo trabalho de fotografia também vai se divertir. Recomendo.

4.6.07

Perdidos na Net

Numa bela quinta ou sexta feira de ócio, em função das férias, em conversa no MSN Debrinha me falava sobre o Google Analytics e eu decidi usá-lo também neste humilde blog para monitorar as visitas que ele recebe.

Eu não entendo absolutamente nada de ferramentas para internet e quetais. Nada! Ela também não é PhD no assunto, o que nos fez perder quase a tarde toda brigando com o site para entender como aquilo funcionava, como instalava, que horas começava a contar. E íamos trocando informações a cada nova conquista página que a gente conseguia avançar. Mas, enfim, vencemos as barreiras de dificuldade impostas pelo gigante da internet à nossa ignorância digital.

O mapeamento das visitas é completinho. O site dá detalhes de quanto tempo passam na sua página, de que cidade vem o leitor do blog e faz até projeção de percentual de rejeição do site. Mas nada me diverte mais do que o tópico “palavras-chave”. As expressões através das quais os perdidos virtuais vêm parar aqui. Eis uma rápida seleção de algumas pérolas:

*como usar polainas / moda polainas / polainas, onde achar / polainas, como usar
– Se eu soubesse que este treco horroroso fazia tanto sucesso eu tinha caprichado mais no texto! Pode ser um estímulo para ir em busca das agulhas de tricô da minha mãe e ganhar algum dinheiro.

*talvez minha obsessão por cada
– Alô? Morreu? Pode completar a frase?

*como chama aquele acessório que põe no violão que faz outro som?
– Hein?

*primeiro encontro dei homens são de marte lá vou
– Este tem problemas seríssimos de articulação. Ou de alfabetização.

*fluorescent adolescent melhor que você
– Minha música favorita do álbum novo do Arctic Monkeys, sem pestanejar. E ela até pode ser melhor que eu, sim, dependendo do ponto de vista.

*roupas do alex turner
– Meu conhecimento musical só me permite identificá-lo como vocalista do Monkeys. Já as roupas que o menino usa, eu vou ficar te devendo...

*relacionamentos fracassados
– Xi, tem um monte por aí. Praticamente um em cada esquina. Aqui mesmo neste site, se observar com atenção... Tá, parei.