22.4.10

Aviso aos Navegantes

Você que veio aqui fazer propaganda do seu blog ou do que quer que seja: vá pro inferno!

Nem eu venho aqui tanto quanto você.

Vaza!

*

8.4.10

Alone

E eu que sempre fiz tudo sozinha.

Nunca tive aliados nas mais difíceis batalhas. Nunca. Sempre descobri sozinha o quão difícil é mudar de emprego. Se despedir para sempre. Adquirir um bem. Lidar com burocracias. Assumir responsabilidades novas. Resolver problemas até então inéditos na sua existência.

Ao mesmo tempo em que me orgulho de mim, me estafo. Canso. Chego à exaustão.

No meio da realidade cada vez mais rápida, egoísta e descartável, quem se importa com os outros?

Tá bom, chavão, lugar comum. Qual a novidade?

A novidade é que eu não me acostumo. Sigo como se nem me importasse, mas não me acostumo. Sim, eu quero amparo. Preciso de suporte. Ajuda seria bem vinda.

E às vezes tenho a sensação de que vou morrer buscando um aliado.

*

6.4.10

Férias

E aí chegam as férias, tudo o que eu mais espero nos onze meses anteriores.

E já que eu não vou viajar, já imagino um mundo lindo em que ponho em prática todas as coisas que sempre quero fazer e não posso porque o trabalho me consome.

Eu me prometo uma sessão das quatro no cinema. Me prometo ver todos aqueles filmes daquele festival que vai começar BEM nas minhas férias.

Me prometo assistir a todos os filmes da estante de DVDs, me prometo comprar mais filmes em DVD.

Me prometo terminar aquele livro que larguei há duas era glaciais. E começar aquele outro que ganhei no ano passado. E estudar aquele outro, que já está todo grifado de lápis.

Me prometo ler as entrevistas interessantíssimas da revista que chega todo mês na minha casa, e estão separadinhas, prontas para serem consumidas vorazmente.

Me prometo ler o jornal inteiro ao acordar, degustando um delicioso café da manhã. Me prometo ovos mexidos, além do tradicional e apressado café-com-leite-pão-com-margarina. Me prometo até quem sabe uma fruta para acompanhar.

Eu me prometo tardes de fitness no parque, almoços saudáveis na Paulista, happy hours festivos com os amigos.

Me prometo escrever mais e, quem sabe, publicar algo decente neste lugar empoeirado.

Me prometo até alguns dias de ócio absoluto no litoral ou no interior.

Me prometo um mundo lindo e encantado só de coisas e atividades boas e prazerosas.

Mas me esqueço que o congestionamento de São Paulo não tira férias junto comigo.

Me esqueço que marquei todas as consultas médicas, impraticáveis nos outros onze meses do ano. E que depois delas vem os exames clínicos. E o retorno ao respectivos especialistas.

Me esqueço que tenho de passar minutos intermináveis ao telefone com a central do cartão de crédito, da cia. aérea e com todos os corretores de imóveis da cidade que querem me vender o apartamento que eu não pedi.

E que tenho de visitar um monte de imóvel caro e desinteressante para ter certeza de que eles são caros e desinteressantes.

Me esqueço que a chuva não tira férias junto comigo.
Nem a rotina paulistana.
Ela só se disfarça de férias.