29.1.08

Resfriamento Global

É janeiro, são 11 e meia da noite.

Encapotada, ela pára na porta do quarto:

- Tata, você vai querer seu cobertor?

*

23.1.08

Vestindo a Camisa da Empresa

22h30 de quarta feira.

Pequena Tata esfomeada e sem nada de saudável para deglutir em casa, pára na primeira cabine do drive-thru do Mc Donald’s, olha para o painel gigante e faz cara de ponto de interrogação. A moça que habita a cabine aguarda o pedido.

- Puxa, eu não sei o que eu quero comer. Não é terrível isso, moça?
- Terrível? Eu não sei como vocês conseguem comer esses lanches.

*

18.1.08

Palavra de Ouro da Princesa

Confesso que fiquei com o coração dividido, ouvindo a partida entre Corinthians e Guarani hoje na volta pra casa. Não tenho nenhuma afeição pelo time de Campinas e sou corinthiana desde que me conheço por gente. Explico:

Sou corinthiana desde que nasci. E isso não é exagero. Quando vim ao mundo e Dona Mãe estava recém operada na maternidade, o que enfeitava a porta do quarto dela era um bonequinho vestindo o uniforme do Timão - que eu tenho até hoje. De modo que todos felicitavam meu pai pelo lindo filhinho e ele tinha que explicar que era uma menina. Corinthiana desde que nasceu.

Ele era torcedor doente do time do Parque São Jorge (e hoje deve infernizar todos os anjos do céu por causa do Timão). E a Dona Mãe é palmeirense roxa desde criancinha. Reza a lenda familiar que o gramado do Pacaembu guarda em suas entranhas uma aliança de noivado arremessada da arquibancada por um dos dois, depois de uma briga futebolística durante um clássico entre os dois times no início da década de 70.

Então, em janeiro de 1978, eu nasci. Com alguns meses de vida começava a balbuciar as primeiras palavras mal articuladas. A primeira, como todo bebê que se preza, foi mamã ou mamá – ou algo que os bebês proferem ao se referir à mãe. Naquele mesmo ano, o glorioso time de Campinas alcançava um feito incrível: disputar a final do Campeonato Brasileiro. E contra o Palmeiras. Tão logo foram definidos os finalistas, meu pai se empenhou em um novo desafio: fazer a filhinha dele, com menos de 1 ano, pronunciar a palavra “Guarani”. O objetivo era, claro, além de reafirmar a paixão dele da filhota pelo Corinthians, irritar a Dona Mãe.

O Guarani venceu o primeiro jogo contra o Palestra por 1 a 0, no Morumbi, com gol de Zenon aos 21 minutos do segundo tempo. No segundo jogo, em agosto de 1978, no Brinco de Ouro da Princesa, Careca marcou aos 36 do primeiro tempo e o Guarani foi campeão do Brasileiro.

Meu pai possivelmente nem se importou com a 12ª colocação do Corinthians na tabela, com pífios 36 pontos. Mas posso imaginar sua gargalhada debochada e sua expressão de alegria infinita quando me ouviu, finalmente, adicionar mais uma palavra ao meu vocabulário: ANANÍ

16.1.08

Classe Média

Videozinho bacana, feito para a música de Max Gonzaga.




Aplaude ou vaia?

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14.1.08

Já Vou Indo

Eu sempre digo que existem coisas na gente que absolutamente não mudam. Por mais que você odeie. Por mais que se empenhe para mudar. Tenha você 8, 30 ou 75 anos.

Nesse fim de semana – em mais uma reunião de familiares espalhados pelo mundo - descobri um caderno de Língua Portuguesa de quando esta pequena criatura cursava a 2ª série. Me deparei com perguntas pessoais feitas pela professora, a partir da história do livro Lúcia Já Vou Indo - a protagonista é uma lesma. E, claro, com as respostas dadas por mim, no alto de meus 8 anos de vida.

1- A moleza é um defeito?
R: A moleza é um defeito, porque se fizer as coisas muito devagar, não dá tempo para fazer o que precisa.

2- Todas as pessoas têm defeitos. Que defeitos você considera mais graves em uma pessoa?
R:
Os defeitos mais graves em uma pessoa são indelicadeza e falta de educação.

3- Que defeitos você acha que tem? Por quê?
R:
Eu acho que não tenho paciência, porque não sei esperar.


Pra que gastar dinheiro com análise, minha gente?

*

11.1.08

6.1.08

De Repente...