15.1.09

Medo da Felicidade

Escolho o Gotan Project para celebrar a felicidade.

- Entre, sente-se e fique à vontade.

Do canto da sala, de soslaio, a observo sentada na poltrona. Me olha firme, como quem gosta de mim. Levanta, aproxima-se. Desconfio. Imagino que ela vai sacar um revólver daqui a pouco, mirar o meio da minha testa e atirar sem piedade. Dá mais um passo. Hesito. Permaneço imóvel. Me oferece um drink. Talvez esteja envenenado. Aceito, ainda assim. Saboreio. Sorrio um sorriso fino. Ela chega ainda mais perto. Estende os braços. Estremeço. Arregalo os olhos castanhos. Temo que naquela mão imediatamente apareça um punhal bem pontiagudo, que logo em seguida será fincado nas minhas costas. Mais um passo. Um abraço. Tesa, não me movo. Até perceber todo o calor daqueles braços que envolvem levemente meu corpo magro. Desconfio. Até perceber a pureza confortável daquele gesto. Relaxo. Largo o revólver. O veneno. O punhal. É só a felicidade tentando me encontrar.

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12.1.09

Prole

Uma lista de convidados para a sua festa de aniversário pode denotar as suas rugas e pés de galinha. Aqueles nomes vão se empilhando uns sobre os outros e poucos são os que não tem um outro nome ao lado. “Renato e Marina”. “Andreza e Flávio” Todo mundo tem marido, mulher e/ou namorado. Quanto mais velas constam no bolo, maior é o número de nomes duplos que você acrescenta à lista. Parece um movimento natural.

Na relação, sempre consta aquele tipo de pessoa que você sabe que vai acompanhada, mas nunca sabe por quem. O Edu vai com a Roberta, com a Bia ou com aquela outra ruivinha de cabelo curto? E a Fátima? Ainda está casada com o Murilo? Como se chama a namorada daquele amigo do Fernando, mesmo?

O número de velas sobre o seu bolo também aumenta na mesma proporção do número de filhos dos amigos. E todo mundo sabe que quanto mais velha você fica, menos espaço sobra no cérebro pra guardar tanta informação. De modo que em algum breve momento será impossível lembrar dos nomes de todos os pimpolhos de todos os seus colegas queridos. Tem o Pedro da Tânia e o Pedro da Vivi. Como é mesmo o nome do filho da Elô? E da filha? Ah, Giovana. Da Valentina, da Gabi e do Társis, é impossível esquecer. Nome forte. Da Sofia também não esqueço. A do Wellington, no entanto, eu nunca me lembro. Tem também os recém chegados Lucas, da Andréa, e Manu, da Pri. As mais velhas Amanda, da Vanessa, e a da Carol... Qual é o nome da filha da Carol, meu deus? E a da Ana? A da Ana é a Gabi. E a Mila que tá dentro da barriga da Dea e vai ser inglesinha. O Luis Fernando, do Vladi, o Julio, da Ju e do Gu, o Rafael do chefe e o Rafael do ex-chefe. A Luíza, neta do tio que me adotou depois de adulta...

É muita criança. Eu não dou conta!
E, pior, não vai sobrar nome pras minhas.

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Aviso aos navegantes: este blog ignora olimpicamente a reforma ortográfica!

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5.1.09

Meme?

Apesar de manter um blog há muitos anos, eu tenho várias dificuldades e deficiências tecnológicas. Por exemplo, até pouco tempo atrás, não sabia o que era MEME. Patrícia me explicou. E dela eu adotei este aqui. Disse a ela que me lembra aqueles cadernos que as meninas de 12 ou 13 anos levavam pra escola. Cada página continha uma pergunta e todas as amigas respondiam todas. Eu me divertia...


Onde está seu celular? Em cima da cama.
Cor dos cabelos? Avermelhados. Sempre foram castanhos. Já tiveram luzes (cruzes!)
Sua mãe? Dormindo como uma criança.
Seu pai? Cantando “O Coringão voltoooooou!”, lá no céu.
Irmão? No micro, atrapalhando o sono da mãe.
Seu filho? Que filho?
O que mais gosta de fazer? Isso dá uma página: dormir, comer, ouvir música, viajar, dançar (já fui melhor), ler, ver filmes, conhecer gente, estar com pessoas queridas.
O que você sonhou na noite passada? Que estava pegando o busão 22, com uma amiga, em Londres.
Onde você está? No meu quarto, lutando contra o sono.
Onde você gostaria de estar agora? Na Europa, em uma cidade desconhecida.
Onde você gostaria de estar daqui a seis anos? Sei lá... Na Espanha. Não, na Itália. Não, não, em Budapeste. Talvez em Nova Iorque. Ou no Rio de Janeiro.
Onde você estava há seis anos? Me recuperando de um pé na bunda, me enfiando numa roubada monstra e duradoura. Aprendendo a ser produtora de rádio. Inventando um programa de rádio.
Onde você estava na noite passada? Em casa, revendo a família, depois de 1 semana.
O que você não é? Paciente.
O que você é? Inteligente (só pra rimar).
Objeto do desejo? Um apartamento no Leblon. Ou em Londres. Ou no Sumaré.
O que vai comprar hoje? Espero que nada. Talvez um lanche no final da tarde.
Qual sua última compra? 7 filmes em promoção.
A última coisa que você fez? Pus o pijama. Li sobre o verbete “meme”, na Wikipedia.
O que você está usando? Pijama azul.
Na TV? Só pra dormir. Séries da Warner, Sony e Fox.
Seu cachorro? Que cachorro?
Seu computador? Ferdinando. Nem sei que raio de marca ele tem. Ah, LG.
Seu humor? Bom quase sempre, tirando a parte velha ranzinza de 90 anos.
Com saudades de alguém? A gente sempre tem saudade de alguém...
Seu carro? Corsa.
Perfume que está usando? Humor.
Última coisa que comeu? Um cachorro quente.
Fome de quê? De viajar, de férias, de ignorar o que os jornais publicam.
Preguiça de? Rotina. E de levantar antes das 10 da manhã. Tô esgotada.
Próxima coisa que pretende comprar? Câmera fotográfica, presente de Natal pra mãe (eu sempre compro depois do Natal).
Seu verão? Mais velha, enfiada na redação, quem sabe com parcos finais de semana perto do mar. Ou pelo menos longe da redação.
Ama alguém? Claro. Amo algumas pessoas.
Quando foi a última vez que deu uma gargalhada? Na sexta feira, antes de dormir. Um ataque de riso em dupla.
Quando chorou pela última vez? Não me lembro.


Fique à vontade para adotar o meme e passá-lo pra frente, como se você tivesse 12 ou 13 anos. Dá uma alegriazinha na alma logo no começo do ano!

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