13.5.07

O Retorno

Há uns 4 anos eu me joguei naquele revival anos 80 que tomou conta do país. Freqüentava um lugar, no centro, que tocava todas as canções que me faziam feliz quando eu mal tinha aposentado minhas bonecas Barbie, mas ainda não combinava com maquiagem muito carregada.

Depois das músicas, vieram livros com curiosidades, perguntas e respostas sobre Armação Ilimitada, Smiths e pirulitos Dip Lik. A indústria de brinquedos faturou uma boa grana relançando jogos como o Cubo Mágico e Genius, aquele disco voador colorido, que te obrigava a repetir a seqüência musical, acendendo as luzes azul, vermelha, verde e amarela. Na época, eu achava que revival tem limite e me negava a usar saia balonê, botas brancas de cano curto, ombreiras e bizarrices similares. Mas a indústria da moda não tem limites.

Eis que na semana passada, abro um site de moda e me deparo com uma modelo esquálida na passarela usando... polainas! Sim, aqueles pedaços de pano que ficam engruvinhados na canela. A última vez que usei polainas eu tinha 12 anos. Além daquele acessório horroroso, completavam o meu figurino um colant de manga curta azul marinho, uma meia calça azul marinho e sapatilha ou tênis. Era o traje obrigatório das minhas aulas de jazz na escola, no inverno. A função das polainas – sempre de lã - era aquecer as articulações do tornozelo.

Subvertendo toda a ordem das coisas, a modelo desfilava, faceira, combinando as polainas com uma regata de seda, um short curtinho e uma sandália rasteirinha de dedo, num look de verão super moderno. Imaginou a composição? Agora me explica qual a função daquele pedaço de pano grotesco enrolado nos tornozelos da moça? Era pra ficar bonito?

2 comentários:

DeMi disse...

Eu falo, mas ninguém me ouve... o mundo tá perdido, caraio!

Anônimo disse...

Poisé... era pra ficar bonito... mas por que que não fica, hein???